320 anos do Jornal Diário mais antigo do mundo - Conheça a história de Wiener Zeitung.

03/07/2023
"320 anos, 12 presidentes, 10 imperadores, 2 repúblicas, 1 jornal"
 “320 anos, 12 presidentes, 10 imperadores, 2 repúblicas, 1 jornal”, diz a última primeira página do “Wiener Zeitung”. / Getty Images
“320 anos, 12 presidentes, 10 imperadores, 2 repúblicas, 1 jornal”, diz a última primeira página do “Wiener Zeitung”. / Getty Images

Dia 30 de junho de 2023 marca o fim de uma tradição que sobreviveu a 320 anos: o fim do jornal impresso Wiener Zeitung. Parlamentares fizeram a votação com uma nova lei que não exige mais que tais anúncios sejam publicados na edição impressa do jornal, acabando com o principal patrocínio Wiener, na quarta-feira, dia 28 de junho, onde o jornal fez sua última impressão com a palavra Ende (Fim, em alemão).

Em 2021, segundo o chanceler federal da Áustria, Sebastian Kurz, "não é papel da república administrar e financiar um jornal diário" quando anunciaram as mudanças. Apesar de não ser mais veiculada no formato impresso, o jornal continuará fazendo jornalismo através do seu site, adotando um novo nome: .WZ. Segundo declaração, "fazer jornalismo independente e crítico de qualidade. Só não estará mais no papel". O Wiener Zeitung foi fundado em 08 de agosto de 1703 na Áustria, porém inicialmente seu nome era "Wiennerisches Diarium". Ele publicava seus conteúdos duas vezes por semana, nas quartas e nos sábados. 

Em 1780, Wiennerisches Diarium trocou seu nome para "Wiener Zeitung", sendo concebido como um "jornal completo", pois diferente dos outros, ele não possuía restrição com certos departamentos governamentais. Wiener caminhou desde 1703 até o final de 1857 em redes privadas mas, durante o império de Francisco José foi produzido e publicado pela Imprensa do Estado, depois de sua "nacionalização" em 1998, tornando-se uma propriedade exclusiva e anônima do governo federal.

Durante os primeiros 100 anos, Wiener se apresentou em formato de livro de orações, com dimensões aproximadamente 20cm x 16cm e até o final do séc. 18 tinha cerca de 08 a 10 páginas de espessura.

O Jornal esteve vinculado ao estado por um motivo bem interessante. Como na Áustria não existia liberdade de expressão até 1857, para que a Wiener conseguisse publicar, os editores precisavam de um "privilégio" imperial, uma concessão que era renovada com frequência e para que isso acontecesse, os anúncios do tribunal precisavam estar impressos também no papel. Um bloco oficial foi adicionado à parte editorial de 1728 em diante.

Houve outra época da qual o jornal enfrentou crises e precisou fechar as portas. Em 1938, os governantes nacional-socialistas decidiram que o melhor seria fechar o jornal. Mas em 1945, o Wiener Zeitung "renasceu" com uma edição especial dedicada ao Tratado de Estado de 1955.

"Com a edição de hoje, o "Wiener Zeitung" deixa de aparecer. Como um ser do tempo, os jornais, como seu nome genérico já indica, têm um caminho de vida; eles também devem servir a um propósito na vida, cumpri-lo, e finalmente para acabar com isso Depois de 237 anos de existência, o "Wiener Zeitung" entra no reino das sombras, onde já estão reunidas as pessoas, eventos e conceitos que outrora preencheram seus volumes. Em todas as horas fatídicas do império, o "Wiener Zeitung" cumpriu o que lhe foi dado em 3 de agosto de 1703, quando o primeiro "Blättl" saiu da loja de Johann Baptist Schönwetter em Rauhensteingasse: um instrumento do estado a ser estreitamente ligadas às fortunas do estado." – Citação da página de rosto de 29 de fevereiro de 1940. 

(Livre tradução alemão-português).

Ana Carolina Pavan

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