Chegou a Moeda Digital de um Banco Central - Drex.
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Nesta segunda-feira, 07 de agosto de 2023, o Banco Central anunciou o nome oficial da Moeda Digital de um Banco Central - CBDC (sigla em inglês), com o mesmo valor do dinheiro em papel. Cada letra do real digital equivale a uma característica da ferramenta.
O "D" representa a palavra "Digital"; o "R" representa a palavra "Real"; o "E" representa a palavra "Eletrônica" e o "X" representa a última letra da palavra "Pix", este último, sistema de transferência instantânea criado em 2020.
Segundo Fábio Araújo, coordenador do Drex no BC, "o time de marketing do BC criou o nome e juntou vários elementos de inovação. Com isso, damos um passo a mais na família do Pix, que a gente criou e já faz tanto sucesso". Esta nova moeda digital funcionará como uma espécie de "pix dos serviços financeiros", permitindo a movimentação de ativos financeiros de forma tão imediata quanto o pix.
Para ter acesso à moeda digital, os usuários terão que possuir uma carteira virtual, deixando-a em custódia de uma instituição de pagamento ou de um banco autorizado pelo Banco Central. De acordo com o bcb.gov.br as principais instituições financeiras aceitas pelo BC e cadastradas no SML - Sistema de Pagamentos em Moeda Local, estão:
Banco Bradesco S.A
Banco Citibank S.A
Banco Confidence de Cãmbio S.A
Banco Coorperativo Sicredi S.A.
Fase de testes
O Banco Central soltou uma nota que diz:
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"A solução, anteriormente referida por Real Digital, propiciará um ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia a cidadãos e empreendedores".
Isto porque, as CBDCs são apresentações totalmente virtuais de moedas comuns e estão sendo desenvolvidas em pelo menos 90 países, além do Brasil. O Drex será uma nova forma de representação do real, tendo paridade com o mesmo. Aristides Cavalcante, chefe da cibersegurança do BC, explica que a nota de R$ 1,00 impressa será a mesma que estará na sua conta corrente do banco.
Os testes irão funcionar como transações (emissão, negociação, transferência e resgate) e os clientes simulados, e irão durar até março/24. O ambiente de simulação é colaborativo para testes e desenvolvimento com tecnologia DLT (Distributed Ledger Technology; Tradução livre: Tecnologia de contabilidade distribuída) que trata-se de registros online de transações e dados, como criptomoedas, blockchains, Git-git, para as operações com o Real Digital. O foco é a infraestrutura e a privacidade das informações que serão transferidas em rede.
A "estrutura" (banco de dados) mais conhecida com base na tecnologia DLT é a blockchain devido ao sucesso do bitcoin. No piloto, a escolhida foi a plataforma Hyperledger Besu, uma rede blockchain baseada no ecossistema do Ethereum. Caso o projeto-piloto tenha sucesso, será liberado para testagem em prática social em 2024.
Quais categorias de Ativos?
Dentro das plataformas de simulação, a BC irá criar três tipos de categorias:
Drex Digital: para o atacado ou interbancário; moeda do Banco Central, que hoje os similares são as reservas bancárias ou as contas de liquidação;
Drex Tokenizado: Utilizado em varejos; versões tokenizadas do depósito bancário, versão digital do que a pessoa física tem em banco.
Títulos do Tesouro Direto: Possibilidade de compra e venda de títulos públicos federais (TPF) no mercado primário e secundário.
Apesar da popularidade e força que o Drex vem conquistando, o BC deu nomenclaturas específicas e diferentes para separar o funcionamento de cada ativo no ambiente digital. Foi enviado 36 propostas de interesse na participação do projeto, entre candidaturas individuais e consórcios de entidades, totalizando 100 instituições. O CEG - Comitê Executivo de Gestão selecionou inicialmente apenas 16 propostas. São elas:
Bradesco, Nuclea e Setl;
Nubank;
Banco Inter, Microsoft e 7Comm;
Santander, Santander Asset Management, F1RST e Toro CTVM;
Itaú Unibanco;
Basa, TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin;
Caixa, Elo e Microsoft;
SFCoop: Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred;
XP, Visa;
Banco BV;
Banco BTG;
Banco ABC, Hamsa, LoopiPay e Microsoft;
Banco B3, B3 e B3 Digitas;
Consórcio ABBC: Banco Brasileiro de Crédito, Banco Ribeirão Preto, Banco Original, Banco ABC Brasil, Banco BS2 e Banco Seguro, ABBC, BBChain, Microsoft e BIP;
MBPay, Cerc, Sinqia, Mastercard e Banco Genial;
Banco do Brasil.
Qual a diferença do Drex?
É importante salientar que o Drex não é uma criptomoeda, que são caracterizadas pela gestão descentralizada. O Real Digital será inteiramente de responsabilidade do Banco Central, que irá funcionar e ser emitido da mesma maneira que o Real convencional. No Brasil, as criptomoedas não possuem qualquer tipo de fiscalização ou regulamentação, definindo-as como movimentações financeiras anônimas, de acordo com a Receita Federal, mantendo os usuários como seus próprios reguladores, sem garantias de segurança ou transparência.
Assista o vídeo da Live feita pelo Banco Central, falando um pouco sobre o novo Drex:
Ana Carolina Pavan