Paralisação lunar – conheça o fenômeno que ocorre nesta sexta-feira.
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A cada 18 anos e 6 meses, o evento conhecido como lunísticio acontece, a grande paralisação lunar. Esse fenômeno ocorre porque a lua atinge sua inclinação máxima em relação à terra, dando a sensação de estar completamente parada no céu e por causa disso, permanece visível por mais tempo, nascendo no nordeste do horizonte e se pondo mais a noroeste.
Neste ano, coincidirá com a lua cheia, no entanto não será possível observá-la diretamente no Brasil.
Entretanto, haverá uma transmissão ao vivo pelo canal do English Heritage que começará às 17h30, pelo horário de Brasília,para poder participar da observação a partir de Stonehenge, no Reino Unido.
A escolha de Stonehenge para este evento se dá ao fato de que, acredita-se que a formação de pedras foi influenciada por uma paralisação lunar, pondo-se que alguns dos eixos se alinham quando a lua passa por esta condição astronômica.
Stonehenge
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Acredita-se que Stonehenge tenha sido construído por etapas ao longo de milhares de anos. A primeira estrutura é composta por 56 pedras e teriam sido construídas há cerca de 5 mil anos. Esses materiais são originários da área de Mynydd Preseli, no País de Gales. De acordo com os pesquisadores do Journal Of Archaeological Science: Reports, é o transporte de longa distância das pedras, cerca de 225km, que torna Stonehenge de particular interesse, pois elas de fato, representam uma das maiores distâncias de transporte conhecidas da fonte ao monumento em qualquer lugar do mundo.
A Pedra do Altar é a maior das estruturas presentes no monumento. A teoria mais aceita é que ela tenha sido transportada junto com outras pedras menores. No entanto, usando algumas técnicas arqueológicas como fluorescência de raios X e espectroscopia Raman, os responsáveis pelo estudo descobriram que o enorme megálito não corresponde à mineralogia do Arenito Vermelho Antigo dentro da Bacia Anglo-Galesa e os resultados concluem que a Pedra do Altar naõ deve mais ser incluída no grupo de rochas essencialmente provenientes do Mynydd Preseli.
A composição da Pedra do Altar, após muitas pesquisas, coincidiu com depósitos em Cúmbria, no norte da Inglaterra e nas ilhas escocesas de Orkney e Shetland, sendo fortes candidatos à fonte original.
Os pesquisadores, portanto, especulam que a Pedra do Altar pode ter sido trazida para Stonehenge neste momento, bem depois que as pedras originais foram colocadas no local. No entanto, são necessárias mais análises para combinar a mineralidade do megálito com os depósitos no norte da Inglaterra ou na Escócia.
Isso quer dizer que o mistério, pelo menos por enquanto, continua.
Ana Carolina Pavan