Worldcoin - Projeto promete escanear as íris da população para criptomoedas.
"E se houvesse uma forma de distribuir livremente partes de uma nova moeda digital a todas as pessoas do planeta?"

A Worldcoin é uma rede de identificação digital, onde estimula-se a inclusão financeira em todo o mundo. Segundo a empresa, o escaneamento de íris é o único meio seguro para identificação entre bilhões de pessoas. Por causa dessa iniciativa, a organização está na mira de reguladores internacionais, que reforçam a necessidade de avaliação de privacidade.
A Worldcoin esteve em três lugares em São Paulo com um dispositivo para fotografar os olhos e chegou a recompensar os usuários cadastrados em até R$ 250,00 reais. Segundo a empresa, a operação no Brasil durou apenas alguns dias e era uma fase de teste, mas não informou quantas pessoas se cadastraram.
"Esses serviços não tinham a previsão de serem permanentes no momento. Esperamos estabelecer serviços contínuos no Brasil no futuro", disse a Worldcoin ao G1.
Ainda de acordo com o G1, Rafael Zanatta, diretor do DPB - Data Privacy Brasil e Nina da Hora, cientista da computação do Instituto da Hora, informaram que falta transparência sobre como a Worldcoin processa os dados dos usuários.
Sam Altman, fundador do projeto e presidente-executivo da OpenAI disse que o objetivo principal é criar uma "nova rede financeira e de identidade" e que a ID permitirá provar online que os usuários são humanos e não robôs, além de outras funcionalidades, para diferenciar principalmente que tal atividade não seja realizada por um robô de Inteligência Artificial, como acontece no ChatGPT, também criação da empresa Altman.
O que é Worldcoin?
A Worldcoin é um protocolo "open-source", que significa distribuir gratuitamente um código-fonte para consulta, examinação, modificação e redistribuição. Assim como as criptomoedas, a proposta é que seja descentralizado, dando aos usuários responsabilidade nas decisões para a administração financeira e uso.
Existem três tipos de estruturas digitais:
1. World ID: Uma identidade digital criada para se tornar um passaporte digital que transforma o registro da íris em sequência numérica;
2. Token Worldcoin (WLC): Um token gratuito e distribuído globalmente, a todos os humanos, para gestões futuras e agindo como NFTs.
3. World App: Uma carteira digital, conhecida como self-custodial app, que permite pagamentos, compras, transferências entre ativos digitais e moedas tradicionais.
"A Worldcoin, através da identidade digital única do World ID, pode desempenhar um papel importante na prova da humanidade num mundo online povoado por inteligência artificial cada vez mais avançada", segundo a Worldcoin.
Como funcionará?

Primeiramente, será necessário criar uma conta na carteira digital WorldApp, que será operada pela Tools for Humanity. Qualquer usuário pode fazer uma conta no WorldApp, mas para poder receber os Tokens Worldcoin é necessário obter um World ID que é dado através de um Operador Worldcoin, que utilizará um Orb para registrar a íris. Esse aparelho esférico usa características biométricas dos olhos para criar a identificação digital, que pode ser utilizada em inúmeras aplicações, de forma anônima.
O Projeto
Todos os aparelhos relacionados ao Worldcoin foram desenvolvidos pela Tools for Humanity, porém, é administrada pela Worldcoin Fundation, uma organização sem fins lucrativos.
"A Worldcoin Foundation é 'sem membros'. Não têm donos ou acionistas. É governada por um conselho com três diretores: Krzysztof Waclawek, Phillip Sippl e Glenn Kennedy, da Leeward Management", diz o projeto em seu site.

E completou Ricardo Macieira, gerente para a Europa da Tools for Humanity: "Não acho que seremos os responsáveis por gerar uma renda básica universal. Se pudermos criar a infraestrutura que permita que governos ou outras entidades o façam, ficaremos muito satisfeitos". Irá ser distribuído 25 unidades da WLD, avaliado em quase R$ 240,00 para quem cadastrar pelo Orb, depois será dado 1 WLD por semana, através do WorldApp.
Polêmica e investimento
O grande problema por trás da criação de Sam Altman, é que alguns especialistas acreditam na falta de privacidade que a troca de WLC pode ter, sendo proibido na quarta-feira (02/08/23) pelo governo do Quênia, que teve seus cidadãos escaneados, até que essa questão de privacidade fosse esclarecida. Apesar do receio, cerca de 120 países já realizaram o cadastro e realizaram transferências.
Além das questões de sigilo, o fator de investimento ainda deixa os "players", nome dado aos usuários de criptomoedas, cautelosos. Aproximadamente 50 altcoins, termo dado à moedas com valores menores do que BTC - Bitcoins e ETH - Ethereum e foram nomeadas como valores mobiliários, de acordo com a Securities and Exchange Commission e a CCData.
"Nunca é otimista para um token ser investigado pelos reguladores", disse Riyad Carey, analista de pesquisa da empresa de análise de blockchain Kaiko.
Conheça mais do projeto clicando no link abaixo:
Ana Carolina Pavan